ENSAIOS ESCOPOFÍLICOS PARA UMA HISTÓRIA DO OLHO

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Trabalho em processo (2021/2022)

Concepção de Janaina Leite

Colaboração de: André Medeiros Martins, Lara Duarte, Lillah Halla, Mateus Capelo e Anita Saltiel (Pixie/Nittie)

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Sinopse

A primeira fase do projeto foi composta por ações.Em “Stabat Mater”, Janaina deu início a exploração do universo da pornografia ao propor e realizar uma cena de sexo explícito com um dos principais atores pornôs do Brasil, como um dos disparadores para discutir maternidade, sexualidade, gênero, desejo e violência, no espetáculo que conta com sua mãe real em cena. 

Tomando por base a célebre novela “História do olho” de Georges Bataille, Janaina se debruça agora sobre uma história do olhar tomando a imagem pornográfica como mote. Para além dos temas que podem ser discutidos através da pornografia como sexualidade, erotismo e representações de gênero, interessa as provocações que a pornografia traz à estética ao colapsar pares dicotômicos como arte/não arte, sexo simulado/sexo real, atuação/performance, fruição estética/ interesse lascivo, contemplação/consumo masturbatório, ficção/documento, metaforicidade/literalidade (SANCHEZ).

es, ou "Ensaios Escopofílicos", inteiramente virtuais e audiovisuais, realizados no contexto da pandemia, se debruçando sobre a “escopofilia", ou o lugar do “olho” na fruição erótica, trazendo para o projeto profissionais e amadores que estão lidando na prática com pornografia em sua zona de instabilidade e risco. Fazem parte desses ensaios: “Camming: 101 noites” e o “Núcleo do Olho: relações entre teatro e pornografia” que gerou os experimentos “Pornoshows – O Armário Normando” e “O Armário Normando – O casting”.

 

Núcleo do Olho – relações entre teatro e pornografia: “Pornoshows – O Armário Normando” e “Armário Normando – O casting”

Nessa etapa, Janaina expande sua experiência solo no universo do trabalho sexual a uma pesquisa coletiva. “Qual a sua relação com a pornografia?” foi a pergunta disparadora do processo de casting proposta por ela e os parceiros André Medeiros Martins e Lara Duarte, aos 83 atores e não-atores que se interessaram pela chamada. Criou-se então o “Núcleo de Olho - relações entre teatro e pornografia” com 32 performers que integraram durante 8 meses um grupo de estudos inteiramente virtual para pesquisar relações entre teatro e pornografia. Desse estudo, originaram duas ações principais: os Pornoshows – performances virtuais usando a estrutura de divisão de salas da plataforma zoom que reuniu centenas de pessoas online durante a pandemia – e a ação “Armário Normando – O casting”, apresentado ainda em processo na Mostra Dramática do Festival Mix Brasil e vencedor do prêmio de júri. A ação acontecia ao vivo e era exibida simultaneamente no youtube e dentro da plataforma de sexo virtual CAM4, problematizando questões de censura e fruição quando a imagem pornográfica se vê deslocada para diferentes contextos como aqueles considerado “artísticos” e aqueles “masturbatórios”.