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FEMININO ABJETO 2

Estreou em dezembro de 2018 na Vila Maria Zélia - Sede do Grupo XIX - São Paulo-SP

Idealização e Direção Geral: Janaina Leite

Sinopse

Em 2018, Janaina Leite propôs uma nova investigação a partir do feminino, da abjeção e da figura da “mãe”, agora em um núcleo de pesquisa composto por 34 homens e duas pessoas não-binárias. Se o feminino historicamente é construído como passividade, vulnerabilidade, aquele que é penetrável, o masculino por sua vez é construído como o rígido, compacto, coeso. Desse ponto emergiu a pesquisa sobre a constituição do Eu na personalidade fascista, - tomando o momento atual como impulso - não só a partir de uma ideologia autoritária no campo social, mas em uma formação profunda do psiquismo. O que se aponta é que o medo da impotência, o risco do desmoronamento psíquico — que espreitam cada um — mas que no homem é convertido em hipercarapaças, exoesqueletos, exibidos em corpos coletivos viris e compactos, oferecendo aos fantasmas da onipotência masculina a base arcaica persistente das agregações primitivas. Não à toa, em nosso díptico, a parte 1 se sustenta sobre uma maior dimensão autobiográfica e testemunhal, tendo as mulheres de forma mais isolada demonstrando seu esforço em constituir uma coletividade feminina, enquanto que na parte 2, tomamos o grupo, o coletivo, como a expressão principal da masculinidade. Seja nos exércitos, torcidas de futebol, saída das fábricas, gangues, o nosso imaginário entende a ideia de “bando” como bando de homens e nunca de mulheres. A partir desses lugares comum o trabalho tenta encontrar uma dimensão fronteiriça, a margem, o dentro-e-fora, o embaralhamento constituintes desses corpos abjetos para si mesmos mas que resvalam em um corpo político que vai de encontro ao atual governo instaurado em nosso país. Crise e resistência é o que esse movimento turbulento e convulso termina por revelar.

O espetáculo estreou em dezembro do mesmo ano, cumpriu duas temporadas na Vila Maria Zélia, no Teatro de Contêiner da Cia Mungunzá (Luz/São Paulo) e se apresentou no Sesc Belenzinho na mostra Dramaturgias 2.

 

Ficha técnica:

DIREÇÃO E DRAMATURGISMO: Janaina Leite

PERFORMERS/AUTORES: Alexandre Lindo, André Medeiros Martins, Andréa Sá, Carlos Jordão, Chico Lima, Dante Paccola, Diego Araújo, Eduardo Joly, Filipe Rossato, Guilherme Reges, Gustavo Braunstein, Jeffe Grochovs, João Duarte, João Pedro Ribeiro, Leonardo Vasconcelos, Lucas Asseituno, Marco Barreto, Nuno Lima, Thompson Loiola.

ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO E DRAMATURGISMO: Ramilla Souza Iluminação: Maíra do Nascimento e Marcus Garcia. CRIAÇÃO E OPERAÇÃO DE SOM E TRILHAS: Eduardo Joly.

FOTOGRAFIA: André Cherri, Michel Igielka, Liz Dórea, Flaviana Benjamin, Carol Rolim, Mateus Capelo.

VÍDEOS: André Cherri; Diego Araújo, Guilherme Dimov, Victor Rinaldi; Filipe Rossato, Gabriel Pessoto, Fernanda Wagner, Marina Rosa, Juba Bezerra (Poro Produções).

ARTE ORIGINAL: Miguel Sanchez; Andrés Nigoul (Duo Dinâmico).

NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO: Thompson Loiola (99 Comunicação) e Alexandre Lindo.

NÚCLEO DE PRODUÇÃO E PROJETOS: João Pedro Ribeiro, Thompson Loiola, Ramilla Souza, Lucas Asseituno, André Medeiros Martins.

Galeria de Fotos:

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