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HISTÓRIA DO OLHO - Um conto de fadas pornô-noir (2022)

uma livre adaptação de Janaina Leite

a partir da obra homônima de Georges Bataille

“A ‘História do Olho'' não pode ser a autobiografia de Bataille, nem mesmo do narrador – é uma autobiografia do olho. Nela evidencia-se uma concepção impiedosa do sexo, que insiste em afirmar a precariedade da matéria para concluir que toda experiência erótica está fundada em um princípio de dissolução.”

Eliane Robert Moraes

 

 

Sinopse

Em uma livre adaptação da célebre novela "História do Olho" de Georges Bataille, Janaina Leite dá continuidade à sua pesquisa sobre teatro e pornografia. Com 12 performers em cena, entre amadores e profissionais, parte deles trabalhadores do sexo, o espetáculo híbrido entre ficção e não-ficção, adota a própria estrutura de “História do Olho” dividida em “fábula” e “reminiscências” para contar a história de três adolescentes em suas descobertas sexuais. 

As respostas a partir da pergunta "Qual a sua relação com a pornografia" é o que permite o cruzamento entre a fábula de Bataille e as experiências e práticas sexuais dos performers. 

Um dos destaques da programação da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, o espetáculo História do Olho - Um conto de fadas pornô-noir, de Janaina Leite, que assina a direção e dramaturgia, além de estar em cena, cumpriu temporada de 20 apresentações, no Tusp – Teatro da Universidade de São Paulo com sessões completamente esgotadas e ampla cobertura crítica. Livremente inspirada na novela História do Olho, de Georges Bataille, a montagem aprofunda a investigação da relação e fronteiras entre teatro e pornografia, reivindicando a pornografia como uma arte cênica e segue a estrutura do livro para contar, em cenários de contos de fadas, o início da vida sexual do jovem narrador a partir do encontro com as adolescentes Simone e Marcela. 

Entre a teatralidade ostensiva e o explícito da pornografia o espetáculo recria essa fábula noir entre o vulgar e o sublime, o mundano e o cósmico, o ordinário e o abissal.

No entreato, o público assiste a um show com música ao vivo e performances pornográficas. Ao fim, Janaina assume a cena como diretora-performer para contar em primeira pessoa o surpreendente capítulo Reminiscências, em que Bataille conta as origens biográficas que suscitaram a escrita do livro, fazendo do autor seu próprio alter ego pornográfico.

Histórico

O espetáculo foi contemplado pela 13ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro para a cidade de São Paulo da Secretaria Municipal de Cultura e foi destaque da programação da MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. Cumpriu ainda temporada de 20 apresentações no Tusp – Teatro da Universidade de São Paulo com sessões completamente esgotadas e ampla cobertura crítica, participa do Festival Mix Brasil 2022, do Festival de Presidente Prudente (FENTEPP) e da Mostra retrospectiva da secretaria de Cultura de 2022.

Críticas:

"[…] the friendly, direct approach invites you to question your approach to shame and lust. After all, with pornography, this is probably the most spectacular ¡Adelante! contribution takes up a topic so close to humans that it transcends borders… There is grateful applause and standing ovations in the Hebelhalle for this unleashed feast of flesh."

Rhein-Neckar-Zeitung

"Ponto de inflexão no teatro brasileiro, História do Olho – um conto de fadas pornô-noir estreou na Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, MITsp, co-produtora do espetáculo. Janaína Leite transformou o livro de Georges Bataille em algo grandioso, inflando o texto com autoficções, imagens oníricas, fantasias, músicas e celebrações de uma sexualidade que veio sem amarras, valendo-se das brechas do inconsciente para deixar fluir o que a moralidade burguesa havia represado. Desde Festa de separação, o trabalho da Janaína desenvolve-se como um fractal, transformando em vida a pulsão de morte e caminhando, em suas próprias palavras, do real documental ao real obsceno. História do Olho é resultado de um trabalho continuado de pesquisa cênica e intelectual, que arregimenta para si a complexidade de autores como Jacques Lacan e Júlia Kristeva. Esse conto de fadas celebra a vida enquanto eclodem novas epistemologias do sexo e da arte." 

Ferdinando Martins

“Assim como uma obra artística é um ponto dentro de uma linha formada pelo processo criativo, e geralmente um ponto de arremate; a sucessão de obras gera, igualmente, uma outra linha que costura o trajeto de uma artista e torna-se fundante para observá-la em perspectiva. A atriz, diretora e dramaturga paulista Janaína Leite tem alinhavado, assim, um percurso de trabalhos autorais fortemente calcados em pesquisas estruturadas sobre temas que, frequentemente, soam radicais ou profanos. Questões sobre as quais pouco falamos abertamente ou formas de exposição incomuns ganham espaço de protagonismo nas obras da artista. Digo isso não para impedir a fruição de uma obra por uma espectadora que não tenha acompanhado suas últimas proposições; mas, para destacar o quanto a relação entre suas obras é explícita, o quanto parecem desembocar uma na outra trazendo um panorama aguçado dos lugares que ela escolhe enfrentar.”

Heloíza Sousa, “Paisagens Coloridas para o Gozo”, em Farofa Crítica

 

 

“Trata-se de um “conto de fadas” não por veicular uma moral no fim, mas por ser endereçado àquilo que há de infantil e perverso-polimorfo em cada espectadore, àquilo que insistimos em recalcar sob o grosso verniz de uma pseudocivilização. (O retorno do recalcado que vivemos com violência inaudita no Brasil atual é a prova maior de que o caráter “pseudos” ou “fake” da dita civilização não tem como ser denegado indefinidamente). Perguntas como essas, enfim, me parecem ser o principal motor da pesquisa mais recente de Janaina Leite, partindo de Stabat mater, passando por seus Ensaios escopofílicos, pelo brilhante Camming 101 noites (o melhor trabalho online que vi durante a pandemia) e culminando em sua leitura da História do olho. Ao indagar a si mesma, a seus parceires e a seu público “qual é a sua relação com a pornografia?”, Janaina nos convida a olhar com mais atenção para as infinitas possibilidades de nossos corpos; a experimentar esteticamente a existência como se estivéssemos em uma peça de teatro sem a obrigação de viver uma personagem fixa; e, finalmente, a nos escandalizarmos apenas com aquilo que, em nós, ainda prefere o alienado (para não dizer hipócrita) escândalo moralista à vida, à alegria, à verdade – essas tantas filhas do encontro com o desconhecido.”

Patrick Pessoa, “Mostra-me como gozas e te direi quem és!: A pedagogia sexual de Georges Bataille e Janaina Leite”, em Cadernos de Estética Aplicada

“O que especializa o trabalho criativo de Janaína Leite é que nele encontramos bem mais que modos de discurso já usuais na cena contemporânea (por exemplo, o documentário, a peça- palestra, os teatros do real). Estes suportes estão de fato lá. Mas o que identica especialmente sua criação é que eles servem à discussão de temas agrados sempre em algum ponto nevrálgico da vida, mobilizados nestas formas através de procedimentos-limite. Invenções que não buscam solucionar e sim aprofundar impasses amplos tanto quanto os impasses de linguagem do próprio teatro.”

Kil Abreu, “A pornografia é uma forma de conhecimento sobre o nosso tempo”, em Cena Aberta, entrevista com Janaina Leite

Ficha técnica:

IDEALIZAÇÃO, DIREÇÃO, DRAMATURGIA E PERFORMANCE: Janaina Leite

DRAMATURGISMO E ASSISTÊNCIA DE DIREÇÃO: Lara Duarte e André Medeiros Martins

PERFORMERS: André Medeiros Martins, Anita Saltiel, Armr’Ore Erormray, Carô Calsone, Cusko, Dadu Figlioulo, Georgia Vitrilis, Isabel Soares, Lucas Scudellari, Ultra Martini, Vinithekid e Tadzio Veiga 

COMPOSIÇÕES ORIGINAIS E PERFORMANCE: André Medeiros Martins, Ultra Martini e Vinithekid

LUZ: Wagner Antônio

FIGURINO: Melina Schleder

PREPARAÇÃO CORPORAL: Lara Duarte

ARRANJOS E DESENHO DE SOM: Renato Navarro

PRODUÇÃO MUSICAL: Mateus Capelo

SUSPENSÃO: Pombo Morcego, Blue Mermaid e performers convidades

CONCEPÇÃO DE MANEQUINS ARTICULADOS E ASSISTÊNCIA CENOGRÁFICA: Tadzio Veiga

CENOTÉCNICOS: Edson Luna e Wanderley Wagner da Silva

DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Carla Estefan

ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Samuel Rodrigues e Letícia Karen

COORDENAÇÃO DE PALCO: Cusko

OPERAÇÃO DE SOM AO VIVO: Vinithekid

TÉCNICO DE SOM: Renato Navarro

OPERADOR DE LUZ: Felipe Tchaça e Aline Sayuri

COLABORADORES: Eliane Robert Moraes, Christine Greiner, Biaggio Pecorelli, Bruna Kury, Ediyporn, Beto Profeta, Artur Kon e Rodolfo Valente

ASSESSORIA DE IMPRENSA: Frederico Paula – Nossa Senhora da Pauta

FOTOS: Cacá Bernardes

DESIGN GRÁFICO: Sato do Brasil

MÍDIAS SOCIAIS: André Medeiros Martins

GESTÃO DE PROJETO, ADMINISTRAÇÃO E DIFUSÃO: Metro Gestão Cultural

APOIO: Teatro Mars e Centro Cultural da Diversidade

COPRODUÇÃO: MITsp- Mostra Internacional de Teatro de São Paulo

REALIZAÇÃO: 13° Prêmio Zé Renato de Teatro para a Cidade de São Paulo

RECOMENDAÇÃO ETÁRIA: 18 anos

DURAÇÃO: 3 horas com intervalo

Galeria de Fotos:

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